Aplicando as Estatísticas ao Turismo
September 2016
São poucos aqueles que podem dizer que se divertiram com o estudo da Estatística na Faculdade. A maioria de nós tende a ver essa disciplina como um meio para tornar difícil o que é fácil e obtuso o óbvio. Porém, apesar de todas as dificuldades, a Estatística pode desempenhar um papel importante nas atividades turísticas. Por exemplo, qualquer interessado em promover a sua oferta turística precisa de dispor de um bom perfil demográfico dos visitantes à sua cidade. Os profissionais do Turismo parecem gostar muito de citar estatísticas, estejam ou não corretas. Ainda que tais números costumem ser citados como uma evidência científica, a Estatística é tanto uma ciência como uma arte. É que nós podemos não só usar as estatísticas enquanto meios para esclarecer e organizar dados como também para a esconder a realidade. Sempre que a usamos devidamente, a Estatística pode ser uma muito boa ferramenta para detetar problemas escondidos ou tendências suscetíveis de ocasionar problemas futuros. Quando a usamos indevidamente, pode ser a base de decisões incorretas e até de falências.
Para promover um destino, os profissionais do Turismo precisam de ter à sua disposição uma imagem precisa de quem o visita. De um tal perfil precisam constar estatísticas descritivas em termos de idades, assim como dos tipos de atividades nas quais os visitantes participam, de duração das estadias e das despesas diárias. A maior parte das pessoas acha que tais números são fáceis de obter, mas não o são. Os dados devem ser coligidos através de instrumentos de medida, em geral de questionários. Apesar da ideia predominante a propósito da facilidade na elaboração de tais questionários, tal como tudo o que tem a ver com a Estatística, a redação de questionários é uma arte que nos permite evitar muitas falhas internas. Este mês, a “Tourism Tidbits” disponibiliza um guia de como recolher dados e de como usar as estatísticas devidamente.
- Consulte um estatístico formado antes de fazer avaliações estatísticas. Qualquer um que tenha passado por um curso básico de Estatística pode-se auto-designar como “Estatístico”. Sobretudo com os atuais programas informáticos, nem é difícil obter respostas. Infelizmente, se a devida formação, a resposta poderá não ser a adequada para o problema. Apenas alguém devidamente formado na arte da Estatística pode determinar se está a ser usada a técnica apropriada para resolver o seu problema.
- Seja cauteloso na interpretação dos dados. Os turistas são especialmente difíceis enquanto fontes de dados. Muitas vezes respondem sem pensar, ou até dão respostas erradas. Combine a análise quantitativa com alguma forma de análise qualitativa para avaliar a precisão dos dados que tiver obtido.
- Combine os seus dados com um modelo social. A Estatística pode ser um instrumento maravilhoso. Porém, as estatísticas que não forem interpretadas e articuladas com algum modelo social não serão mais do que números sem sentido. Colija os dados que precise para responder às questões que tenha.
- Conheça o que está medindo. Quando estiver com os dados de um inquérito realizado no hotel, lembre-se que os mesmos só refletem as opiniões dos hóspedes do hotel. As respostas dos demais turistas podem ser diferentes.
- Faça com que um estatístico experiente examine o questionário antes de o distribuir. Um questionário elaborado de um modo a não permitir que os dados sejam tabulados ou analisados não passa de um exercício caro de frustração. É muito mais fácil emendar um questionário antes de o distribuir que depois de os dados serem coligidos.
- Selecione o tipo de questionário que melhor sirva para as suas necessidades. A informação pode ser obtida pessoalmente, por telefone, pela Internet ou pelo correio. Cada tipo de recolha tem prós e contras. Tenha cuidado com os custos ocultos que tornam caro o que aparenta ser barato. Um estatístico experiente pode-o ajudar a decidir qual o tipo que melhor se adapta às suas necessidades.
- Teste o seu questionário antes de o distribuir. your questionnaire prior to distribution. Garanta que o seu questionário é claro quanto ao que quer dizer, sem ambiguidades. Se as pessoas não o entenderem, terá coligido um monte de informação inútil. Pior ainda, essa informação pode até ser perigosa, já que as decisões decorrentes de informações falsas tendem a ter cultos elevados. De maneira a evitar tais erros, faça um teste prévio para determinar se existem ambiguidades no seu questionário. não o que estaria implícito.
- Conceba o seu questionário cuidadosa e profissionalmente. Um bom questionário deve ser redigido de maneira a que cada questão signifique o mesmo, independentemente de quem responda. Evite termos vagos ou palavras com duplos sentidos. Apenas coloque questões que tenha a diretamente a ver com os objetivos das atividades turísticas.
- Não coloque questões desnecessárias. A dimensão do questionário importa! A maior parte dos turistas não querem ser importunados com questionários. Se for muito ambicioso e colocar muitas questões, ficará com muitas perguntas por responder. Um dos grandes erros dá-se quando os países obrigam os passageiros que chegam responder a perguntas sem sentido, constando de formulários ilegíveis. Se um visitante não for capaz de ler o formulário por a letra impressa ser pequena demais dará respostas inválidas.
- Obtenha a colaboração de quem vai distribuir o questionário antes de o entregar. Um questionário por distribuir não passa de um exercício académico muito caro! Mencione a ideia do questionário na próxima reunião da associação de hotéis e restaurantes ou da Câmara de Comércio. Pergunte se estão disponíveis para colaborar na distribuição, antes de gastar dinheiro na conceção do questionário.
- Monte um Sistema de incentivos à resposta. Quando alguém está de férias não tem vontade de responder a inquéritos, pelo que a fiabilidade da informação poderá ser muito baixa. Um qualquer incentivo, tal como uma senha de desconto num estabelecimento local poderá ser o incentivo apropriado para fazer crescer o índice de respostas e a relevância dos dados obtidos.